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sábado, 22 de outubro de 2011

Dois momentos de grande perigo!


Viajar sozinho requer cuidados mais do que redobrados. Vou citar dois perigos que enfrentei.
1. Fiz o Paso de Jama (aduana argentina), em direção a San Pedro de Atacama. Perto da fronteira, cerca de 30 km dentro do território chileno, avistei uma viatura da polícia chilena, que não me parou. Quando eu estava a uns 70 km de San Pedro, já era noite e avistei os sinais luminosos de uma viatura policial chilena (luzes vermelha e azul, alternadas), e um facho de luz branca (lanterna), dando sinal para eu parar. Reduzi a velocidade e fui me preparando para parar no acostamento. Chegando perto, a poucos metros de distância, vi que não era uma viatura policial, mas um disfarce. Um sujeito no meio da pista mandava eu parar, e outro atrás de um carro branco, fantasiado com luzes da polícia, estava armado. O lugar é provavelmente uma das maiores descidas do mundo (no meu sentido era descida), próximo do Vulcão Licancabur, a poucos metros da fronteira com a Bolívia, uma fronteira seca, sem cercas, sem policiamento, com várias placas de "campo minado". Enchi o motor do Puma e NãO PAREI!! Até abaixei a cabeça..., mas felizmente não atiraram. Cheguei em San Pedro e fui me apresentar na aduana (que fica na cidade, longe da fronteira). Relatei o ocorrido à polícia e fiquei sabendo que aquela região é de muitos assaltos, e a polícia me disse que eu tinha escapado do assalto. Assaltam caminhões e carros que enfrentam a subida em baixa velocidade, e fogem para a Bolívia. Carretas inteiras são roubadas e desaparecem pelo deserto, no território boliviano. Portanto, evitem viajar à noite e certifiquem-se com atenção se estão a receber instruções da polícia para parar. Eu não viajo à noite, mas em razão de não ter hospedagem em San Antonio de Los Cobres, fui obrigado a concluir a viagem à noite. UMA OBSERVAÇãO: a polícia chilena é exemplar. Os Carabineiros do Chile são policiais preparados e eu nunca tive nenhum problema ou relato de que tenham cometido qualquer tipo de abuso com turistas brasileiros.
2. No percurso de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, até o Brasil (Corumbá), havia um trecho sem pavimentação, de aproximadamente 50 km. Passei por ali sob chuva intensa, torrencial, depois de 3 dias seguidos de chuva. A lama era espessa e abundante. Foi uma dificuldade imensa, sozinho, sem veículo de apoio, no meio do nada, e o Defender tendo de usar todos os recursos. O TAC apitava o tempo inteiro. O Defender andou de lado muitas vezes. Foram mais de 2 horas de trajeto, e eu suava frio. Havia caminhão traçado atolado, com quebra de ponta de eixo. Parei para ajudar uma Ranger com placa do Brasil. Mais à frente ofereci ajuda para uma L200, com placa do Brasil, mas recebi sinalização ostensiva para não me aproximar. Posso imaginar qual era a carga e que tipo de gente estava ali... Na Bolívia tive de comprar diesel em balde, em cidade que não tinha posto de combustível, pagando o dobro. É regra de segurança encher o tanque sempre que possível.

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